terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Saco sem fundo

Mesmo eu, no auge da alegria, me sinto ás vezes um pouco constrangida por realizar todos os meus desejos. Clarisse - me confundindo pra me esclarecer- diz que o nome disso é férias. A sorte é que é lei, não é? Nesse verão no Rio, porém, descobri que os desejos são como um saco sem fundo. Porque esse pode ser fruto de um instante avassalador. "Te quero, gato..." (essa é para Marília, lá em SP). Mas em sua maioria são sonhos antigos, daqueles tipos de querer que tomam você, muitas vezes só pra continuar sã diante de tanta realidade. Então, saciado um desejo, logo surge outro pra tomar o seu lugar. Como Macabéa, a goiabada-com-queijo, Olímpio e sua vontade de vomitar uma estrela de cinco pontas...

4 comentários:

Caiê disse...

Lembrei do filme que a gente viu esse fds. O David Gale dando aula sobre Lacan. Falando mais ou menos isso: que a gente está sempre a desejar e que o que importa é o desejo mesmo, em si próprio, e não o objeto desejado...
(ps - gosto demais de ler vcs assim, em aberto...)

Caiê disse...

Achei na internet: “O desejo apóia fantasias desvairadas. Foi essa a idéia de Pascal ao dizer que somos realmente felizes quando sonhamos acordados com a felicidade futura. Daí o ditado: ‘O melhor da festa é esperar por ela.’. Ou: ‘Cuidado com seus desejos.’. Não pelo fato de conseguir o que quer, mas pelo fato de não querer mais depois de conseguir. Para Lacan, viver pelos desejos, nunca vai trazer a felicidade. O significado de ser eternamente humano é se esforçar. Lutar para viver por idéias e não ideais. E não medir nossas vidas pelo que ganhamos em termos de desejo, mas sim por aqueles momentos de integridade, compaixão, racionalidade é até mesmo por sacrifício próprio. Nós precisamos da fantasia para continuarmos vivos, pois a fantasia dá cor, luz, sonhos, ou seja, dá vida aos nossos dias. Caso contrário, seríamos passivos diante da realidade. Mas não podemos nos prender à fantasia. O ideal é que consigamos sonhar, colocando pitadas de fantasias para viver bem a realidade...”

De "A Vida Secreta de David Gale". (nessa hora a Helena disse: "fantasias, Caiê". Em mente os sacos de marmotas que a gente comprou pro carnaval...)

Caiê disse...

E não é "secreta". É só "A vida de David Gale" mesmo. "Secreta" é a das palavras.

Anônimo disse...

Ainda bem que integridade, compaixão, racionalidade e muito sacrifício fazem parte do meu cotidiano, para que eu me permita viver as tais fantasias...e não só da forma literal. Me aguardem de fada, Minie, Maria Bonita...enfim!

Ao menos o desejo de Caiê estamos realizando aos poucos. Como a moça diz, o blog está bombando!