quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

lista de listas

eu adoooooooooooro listas, qualquer tipo... adoooooooooro!!! lista de supermecado, de filmes a ver na semana, de filmes a ver na vida (essa com direito a caderninho especial), de presentes para os meus sobrinhos, de afazeres da semana, de compras na 25 de março, de páginas dos livros que eu estou fichando, de livros a serem lidos, a serem comprados, dos meus sites favoritos (obviamente em ordem alfabética e divididos por assunto, o que inclui mais outras listas), das viagens a serem feitas, das contas do mês, das exposições a visitar, dos amores marcantes, das tristezas, dos melhores porres, das melhores amigas...
enfim, a - do - ro!!! pode ser de qualquer coisa, listas ocupam um lugar especial nessa minha vida ansiosa, nervosa e agoniada. e elas se proliferam: na parede ao lado do computador, na bolsinha de dinheiro, no bloco de anotações do mestrado, no celular... eu tenho até uma bolsinha própria para carregar o meu micro caderninho portátil de listas, para alguma emergência...
acho que de alguma forma listas me deixam mais calma, porque vem uma sensação de que estou no caminho certo ou pelo menos no início dele ou tentando estar nele. e depois, marcar os tracinhos com cor diferente me dá uma sensação de dever cumprido, o que dura bem pouco... logo vem outro papelzinho colorido e a vontade de listar de novo...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

o vídeo da semana

harder, better, faster, stronger and "foder"

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Lá em casa

O apartamento da minha mãe, mesmo a algumas centenas de quilômetros, ainda é "lá em casa". Lá onde o almoço sempre tem farofa. Lá onde os quadros que já passaram por tantas paredes são tão familiares. Lá onde as estantes têm livros meus, discos meus - e alguns que nem sei mais se são meus ou dela. Lá onde passam vendendo pamonha, onde os vizinhos da casa da frente botam cadeiras na calçada e mudam de lugar quando muda o lugar da sombra. Lá onde se ouve Elis, sempre, e sempre os debates da rádio universitária, onde o telefone cai na secretária porque ninguém atende, onde o tanque do carro nunca está na reserva. Lá onde a gente, instintivamente, toma cuidado ao sair do sofá, pra não pisar no rabo do Toy - que ele rosnava quando acontecia isso... E uma das únicas coisas que me deixou triste na última temporada em Fortaleza foi quando o porteiro perguntou: "para que apartamento a senhora vai?".

O lugar onde a gente dorme todos os dias, onde chegam as contas e os extratos bancários, onde estão guardadas as roupas que a gente usa diariamente e as compras do último supermercado nem sempre é "lá em casa". Já morei em três lugares no Rio. Os dois primeiros eram "o apartamento que aluguei", ou "o apartamento da Canning" ou, no máximo, "meu apartamento".

O terceiro me chegou com um janelão e palmeiras. Veio o sofá-cama de São Paulo. A mesa de azulejos garimpada na loja de usados. A geladeira que pode ser riscada. As divisões de contas, os planos para a decoração, o carinho e a cumplicidade nos fins dos dias com a amiga que está no quarto ao lado. A outra amiga que quase morou, quarenta dias. O manjericão que ela deixou. A Maria Bonomi na parede. As prósperas que pousaram no carnaval, a vizinha cearense do sorriso bonito, a receita cearense de feijão, a visita dos amigos. O porteiro de Sobral, o síndico-senhorio-rabugento com sotaque italiano. O quadro de fotos, os livros novos, as músicas em mp3. O grafite melancólico no quarteirão da frente, pintado dia desses. O Mar de Luz, o Mucuripe e a saudade à mostra na mesa de centro.

Agora lá em casa é aqui também.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

as marias!!!


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A dor e a delícia

Saudade é um sentimento avesso a qualquer maniqueísmo. A mesma coisa eu digo daquele momento em que a saudade se anuncia com toda a sua força: a despedida. Já passei por algumas. Umas transitórias, outras definitivas; umas descaradamente explícitas e barulhentas, outras silenciosas e gradativas; umas para sempre, outras por agora, algumas dissimuladas - aquelas em que se diz "adeus" quando se pretende um "até logo" breve; ou aquelas em o "até logo" anuncia um reencontro que as cartas não prevêem. Mas em todas elas, mesmo as mais doídas, a gente chora um pouco feliz. Porque quanto mais a separação dói, mais felicidade teve ali. Acho que toda despedida que dói tem por trás alguma coisa que não passa nunca. Uma saudade enraizada de uma parte de nós que está mudando. Independente dos encontros, desencontros e reencontros.

Quero me despedir mil vezes ainda. Ou mil e uma.