domingo, 23 de setembro de 2007

Alguém pra dividir...

Sobre a mesa do restaurante, uma massa fresca, uma taça de vinho (provavelmente um cabernet-sauvignon de mesa qualquer), uma taça de água, dois celulares que não tocam... nas mãos, uma revista. Na cadeira da frente, ninguém.

Decidi jantar fora sozinha na noite de domingo. Saída do cinema – Santiago - nem teve assunto depois do filme. Porque o filme é de calar. Porque as companhias também não valiam a pena para ensaiar um ou outro comentário. Porque, no fundo, todo domingo traz uma melancolia natural e eu estou particularmente sozinha esses dias.

A revista serviu pra distrair. Enquanto a massa – a de sempre – era preparada. Mesmo lendo, deu para perceber a rapidez com que as mesas do restaurante foram sendo ocupadas. Casais, famílias... O garçon – o de sempre: – “sozinha?”. Eu: – “sim”. - “O prato de sempre?”. - “Sim”.

Faz tempo tinha o meu primeiro post em mente. Era nosso perfil. Todo blog tem o perfil do autor e o nosso ainda sem... Ensaiei-o algumas vezes, mas nunca nem comecei a escrever. Na mesa, de resvista em mãos, ia rapidamente do texto sobre o Centro de Fortaleza a uma vontade enorme de escrever aqui. O perfil já não mais. Que este foi feito. E eu nunca teria feito melhor.

Comecei a fazer o percurso deste texto, de maneira mais linear, quando comecei a jantar. Já não dividia espaço com a revista. Entre um gole de vinho e uma garfada de massa, a vontade de contar desses dias tão sem tempo e, ao mesmo tempo, tão sozinhos...

É que é sempre a mesma busca. É sempre a mesma ansiedade. Sempre a mesma vontade de encontrar alguém. E se o alguém não vem; se o coração não palpita; se a cama é vazia e os domingos são de amigos... aí a cabeça não pára.

É que é sempre a mesma busca. Não tem jeito. Mesmo se tem amigos novos. Mesmo se tem outros não tão novos e maravilhosos. Mesmo se tem casa, planta, tobi, praia e mar.

As últimas duas semanas foram de muito, muito trabalho. Hoje mesmo, daqui a pouco, recomeço. Que tem prazo. Mas, mesmo assim, encaixo na correria o tempo de procurar, sentir, tentar, buscar... buscar sempre. E quando não acha? Ai... aí desanda tudo. Sobretudo no domingo. Sobretudo se à noite...

Tinha pensado – mais cedo, saída do cinema – em ligar pra Nêga. Uma coisa diferente, ia ser. E eu querendo mesmo me dizer o tempo todo que posso sempre conhecer pessoas novas e começar outra busca. Tudo de novo. Ou, no mínimo, rir muito e isso já seria muito bom.

Liguei pra Helena, que me disse arrumar as coisas. Tive medo dela viajar. Nem era. Era o quarto mesmo. Que os dias dela também andam bagunçados, e corridos, e trabalho, e amor – que mesmo quando a gente encontra, não deixa de buscar.

Eu não páro de arrumar as minhas coisas. A casa está sempre impecável. Pronta pra receber. Os amigos, sim. Que é muito bom. Um novo amor, sim, que isso tudo é de acolher e trazer pra perto. Que eu já sinto falta, as plantas estão lindas só esperando, o tobi de rabo abanando louco pra conquistar... Sempre a mesma busca. Minha. E da casa inteira, parece.

Sou meu próprio guia e minha balança. Auto-analiso e encontro os pontos fracos e fortes. Digo e repito – em silêncio ou gritando – que isso não é tudo, é parte.

Pura teoria... Não importa. Nada disso importa. Importa é se tem um amor: alguém pra quem se dar; alguém de quem se receba; surpreender porque é bom; se deixar surpreender e agradecer pela chance de estar vivendo tudo isso; dormir abraçado e acordar com beijo; comer junto o cadé da manhã do que tem na geladeira; jantar junto na noite de domingo. Cercado de amigos. Que o dia já foi só de dois.

Sempre a mesma busca. E ainda bem que tem vocês do meu lado enquanto eu não encontro...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Deu no jornal

Mais especificamente na coluna da Lêda Maria de hoje, no Diário do Nordeste.
Só faltou uma foto da gente.
Boa semana!!!

"A amizade torna a PROSPERIDADE mais brilhante e ilumina a adversidade, por dividi-la e compartilhá-la".
(Cícero - Político e orador romano)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Embora haja tanto desencontro pela vida.

Foi numa vida passada (dessas, várias, que a gente vai colecionando). Paraíba, Brasil, 1997. Burburinho de encontro de estudantes, em sotaques variados, figurinos e filosofias de vida idem. Pra todo gosto.

Ana ainda tinha longas e despretensiosas madeixas.
Helena, sobrancelhas despenteadas.
Alessandra ainda tinha gosto por vaquejadas;
Galciani, por batom vermelho e tamancas.
Mas eu, tenho certeza que era assim igualzinha, que nem que hoje...

Era tanta a inocência das moçoilas que uma história se tornou emblemática. Adentra o baiano rasta no alojamento da nossa "delegação". Direto assim:
- Alguém tem seda aí?
Resposta pronta (e até hoje a gente jura que foi sincera e genuína):
- Não. A gente só trouxe jeans e blusa de malha, foi o que disse a das tamancas.

Porque na vida a gente escolhe marcos, esse foi escolhido por unanimidade. João Pessoa, meados de 97: o encontro de cinco figurinhas, três pretas e duas brancas, cabelos castanhos todas, nenhuma de olhos claros, uma impulsiva, outra sensata, aquela determinada, a outra meticulosa, esta repressora (elas dizem).

E aí... As cinco, nós, cortamos o cabelo, deixamos crescer, pintamos de ruivo; fizemos tatuagem, aquele piercing que fechou, escrevemos poesia, aprendemos a desenhar, jogamos os escritos alheios em riachos praianos; engordamos, emagrecemos, abrimos as mentes; viajamos. Amamos, criamos bolhas e achamos agulhas para estourá-las. Amamos de novo e mais e diferente; descobrimos, encobrimos, entendemos e desentendemos; saímos e voltamos da Fortaleza, saímos de novo ou ficamos.

E uma aqui, outra ali, e as outras lá, foi o jeito criar uma lista. De discussão. Sobre tudo, mesmo. Emails e mais emails de uma pras quatro, que foram atiçando nosso gosto por contar história. Aí veio a Nêga: bora abrir a porta disso, meu povo (teve essa idéia lá no meio das paredes amarelas, onde ela agora é professora, ai meu deus!). Bem dito, porque afinal, quando perguntaram pra gente - lá entre as mesmas paredes amarelas, uma década atrás - "porque você fez jornalismo?", a gente não fugiu muito do padrão: "sempre gostei de ler e escrever". Então tá aqui: nosso gosto, de portas abertas.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

como de praxe, todo início pede verbo.





Ai meu Deus, bora ver. a G disse que o primeiro chute era meu. mermim que ouvir o A Ferraz falando. pois tá. e lá se vou eu. xô entrar aqui com esse login e senha. e agora... ah, minha gente, um nome. xô ver... ... ... vou chamar de "prósperas" mesmo, depois a gente muda, se aparecer um nome mais legal. eba, tá disponível. o que mais? a cara do bichinho. será que esse modelo fica bom? xô visualizar. eita, sei não, xô tentar outro. é, miorou pouca coisa. mas bora pra frente. o que mais... xô ver: ah, a frasezinha pra descrever. hum, xô ver. vai ficar bem na capa, xô pensar. af, coisa chata, não tô com muitos recursos criativos para descrever com espirituosidade uma coisa que ainda nem tá pronta... calma, a gente ainda é muito nova. pois tá. xô visualizar, pra ver como tá. eita, mó paia ainda. parece comida sem tempero. o que mais dá pra tentar? eita, dá para colocar uns fru-fru, pra ficar bonitinho. ah, vou botar link pro blog do Accioly, as meninas elogiaram. xô visualizar. bom bom bom mesmo, tá ainda não, mas, quer saber, vou deixar isso pra dezaine, a meninazinha que não mistura dourado com prateado.