terça-feira, 25 de março de 2008

segunda-feira, 17 de março de 2008

Não foi em vão

Recebi de uma amiga super-animada que adora definições, bem pessoais e criativas, que revelam a sensibilidade á flor da pele. Costumo dizer que ela e a irmã pensam em tudo. E o principal: pensam sempre com muito carinho na gente, no que é melhor pra vida amorosa e profissional, nas festas de aniversário e nos melhores presentes, em reunir os amigos para celebrar a vida.

Pois eis que esse final de semana ela me brinda com um grande presente, cheio de definições!

http://www.youtube.com/watch?v=r2sRdNLZx_g&feature=related

Anyone Else But You

eu nunca tive medo de ficar sozinha. sempre adorei quando as poucas pessoas da minha casa viajavam todas ao mesmo tempo. o ap só pra mim, a geladeira só pra mim, a tv grande só pra mim... depois de alguns anos, ficar sozinha sempre é sinônimo de uma retirada em bando, de um pedaço que não completa nunca e de um eterna ameaça de perda...

sexta-feira, 14 de março de 2008

sexta-feira

tudo ao mesmo tempo, preparar uma aula dupla sobre teoria do jornalismo, lendo, lendo, anotando, pesquisando, esforço pra ser honesta pelo menos. Dá um trabalho. Dos grandes, ainda mais porque tempo é velocista, 10:59, e em cinco minutos 11:37. E temos ainda tantos outros desejos!
De frente pra tela, o Google me leva à Universidade Beira do Interior em Portugal, especificamente para um texto que conta uma história tão coerente sobre a objetividade jornalística que me submeto a uma ginástica de edição e leitura dinâmica para tentar aprender algo sobre e passar adiante. A curiosidade pode nos salvar da mediocridade.

Enquando o que leio me leva para o jornalismo do século XIX, uma janela de alguém localizada em 13 de março de 2008 pisca um laranja chamativo e com licença seus teóricos deve ser algo importante. Aniversário da Wal amanhã e o que vamos fazer, alguém pergunta. Amanhã certamente vai ser melhor do que hoje à tarde, amanhã não vou precisar falar durante horas sobre algo que não domino.

Janela azulzinha no canto da tela, Helena sente saudades da Laurinha. Melhor do que toda essa seriedade da vida, é marcar cerveja gelada com chorinho, logo mais. Mais vale o encontro, não se percam de mim. Acordem-me, por favor, porque quando eu durmo o sono é ferrado.

Bolhas



Recebi de Mariana, meu chuchu, a Maricota, a dona da Casa da Vila. Como ela mesma gosta de dizer, minha amiga das maiores presepadas. Meu Bancão, próspera que nem eu, também deu sinal de vida. Um chacoalhão cheio de carinho, como só ela sabe dar. E já não me sinto tão só no meu lugar.

"Alguns autores são verdadeiramente geniais na hora de capturar
o frágil bater de asas do tempo. Lembro, por exemplo,
da obra-prima que é Espelho Quebrado, de Mercé Rodoreda.
O romance retrata sessenta ou setenta anos de vida de uma
família da burguesia catalã; no primeiro terço do livro, um dos personagens, ainda jovem e inocente, contempla a rua através
de uma janela e nota, de passagem, uma pequena imperfeição
na vidraça, uma bolha que deforma o vidro, mancha de açafrão
que faz essa janela adquirir realidade. Muitos anos e muitas
páginas depois, o mesmo personagem, tão envelhecido como
envilecido, torna a contemplar o mundo através de outra janela.
Mas eis que esse vidro tem também um defeito, uma pequena bolha,
que lembra ao protagonista alguma coisa que ele não sabe o que é.
Onde vira antes algo parecido?
Espreme a cabeça mas não conseguecaptar, por mais que a bolha de ar
lhe inquiete e o faça estremecer, evoque paraísos perdidos, promessas
traídas, felicidades estragadas. Ela é um mensageiro do passado e vem
carregada de dor e melancolia. E o mais grandioso, o mais maravilhoso,
o truque admirável dessa delicadeza prestidigitadora que foi Rodoreda,
é que o leitor sente a mesma coisa que seu personagem; também
rememora vagamente outra borbulha cristalina que havia aparecido
antes do romance e, embora não se lembre quando nem por quê, sente
que tenha a ver com um tempo de felicidade que agora terminou. Por
conseguinte, o leitor também experimenta a nostalgia infinita, a amarga
tristeza da perda."

Rosa Montero, em A Louca da Casa

quinta-feira, 13 de março de 2008

Eu acredito em poesia

Presente pra nós, Gal. Melhor falar em paraíso astral... ;-)

ÁRIES

"Eu sei que Marte te ajuda, companheiro.
Conheço bem de perto esse poder apaixonado,
a generosa força do teu signo de fogo.
Mas não confies demasiado. Cuidado contigo,
vejo um cansaço ao oeste do teu olho.
É preciso ter paciência com as vaidades verdes.
Escuta a canção do vento que inventa
o redemoinho nas palavras,
e quando o sol estiver a pino
evita as próprias palavras:
um autêntico Áries deve preferir não dizer
quando o dizer é confundir.
O sectarismo está cravando no teu sonho
os seus dentes de nácar,
e nem te dás conta.
Ademais, não são de nácar.

Não desanimes nunca, segue trabalhando
pelo reinado da claridão,
que, como sabes, ou precisas saber,
tem o gosto da vida
e a cor do sangue antes do amanhecer.

Tua luta te reserva grandes alegrias,
tanto mais belas porque repartidas,
e no começo do verão
resolverás definitivamente
teu grande problema secreto:
mas só se tiveres força
de olhar o sol de frente.


Pelo outono,
ligeiras perturbações cardiovasculares,
proporcionais ao medo
que circula em tuas artérias.

Os mais jovens,
ou os que ainda não perderam a juventude,
devem adiar sua noite de bodas
por umas poucas luas
e ganhar bem esse tempo
para aprender devagarinho
que o compartir não dói e te acrescenta
de uma força maior que a das estrelas.
Os Áries que já se casaram,
que tratem de levar o barco
por águas mansas,
sem fazer mal a ninguém.
Haverá um instante na primavera
no qual os varões de Marte
que ainda resguardam a infância
(cuidado que ela está agonizante no peito!)
estarão extremamente sensíveis
à beleza das mulheres em geral.
Nem todos sucumbirão.

No meio do último decanato,
chegará um sol cinzento com grandes ameaças
à pobre face deste lindo mundo nosso.
Mas não te alteres:
continua fazendo a tua partem
humilde e organizado,
na construção da alegria.

As mulheres morenas
devem acalmar o gênio,
e preferir
sobriamente
o sortilégio do quartzo rosado."

[Thiago de Mello, "Horóscopo para os que estão Vivos"]

e por falar em temosia...

lá vai um vídeo da semana.
esse é pra mim e pra caiê... q estamos quase entrando no inf...
melhor não completar, né.
mesmo q a gente não acredite nessas
coisas de signo... rs...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Áries com ascendente em touro e a lua sei-lá-onde

Ele, o nerd: magrelo, alto, branco, um gênio da física. Ela, a garçonete-loira-sexy. Ela diz: "I'm a sagittarius... Which probably tells you more than you need to know". Com cara de templo budista, ele retruca: "Yes. It tells us that you are part of the mass cultural delusion that the sun's position relative to arbitrarily defined constellations at the time of your birth somehow affects your personality". Ela, atordoada: "part of what?!"

O diálogo é de um seriado de TV a cabo e dei gargalhadas quando vi - e via de regra, nas comédias, é justamente quando a gente se identifica que a gente ri mais. Eu, que sempre estive mais pra cdf que pra loira gostosona, também nunca fui de acreditar muito em astrologia (e afins). Uma descrição de áries nunca me coube. Aí me disseram que tinha o chinês. Não adiantou: cavalo também não batia. Depois descobri numa revista o meu signo "ascendente": touro. Até combinou mais. Mas me explicaram que era ali pelos 30 que o tal ascendente assumia a regência. Confuso, isso. Foi mais fácil continuar não acreditando.

Pois bem: com os 30 logo ali... Não dizem que áries é teimoso? Pois parece que estou cada vez mais ariana. E ando recebendo "trânsitos astrológicos" na minha caixa postal.

Vez por outra, até parece que agora eles funcionam. Então, resolvi aceitar o meu primeiro presente de aniversário esse ano: vou fazer um mapa-astral. Yo no creo en las brujas, pero... vai que elas existem!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Missivas eletrônicas

Se a Gal gosta de listas, eu gosto de cartas. Elas é que me deixam mais calma, me ajudam a vislumbrar caminhos. Já fui nostálgica ao ponto de lamentar a falta das longas folhas pautadas, caligrafia caprichada, envelopes coloridos. Hoje acho email algo absolutamente imprescindível. Se as caixinhas digitais pré-moldadas parecem impessoais, paciência: a velocidade compensa. Estas missivas eletrônicas, hoje, são meu antídoto para a saudade: é o jeito de ter perto, todo dia (várias vezes ao dia), aqueles que me são essenciais. E o melhor é que podem ser coletivas. A gente espalha notícia (ou desabafo, ou sentimento) exatamente pra quem tem que saber, exatamente pra quem vai entender.

Uma listinha de emails coletivos deu origem a este blog - e a alma dele é assim, meio "epistolar". De uns dias pra cá vem surgindo outra destas listas na minha caixa postal. Também de pessoas muito queridas, que de repente se viram longe e resolveram burlar a distância. Domingo recebi cartas lindas nesta lista. Queria publicar todas, mas diz a etiqueta que correspondência alheia é inviolável. Então, reproduzo mais ou menos o que respondi.


"Moças bonitas,

Domingo é sempre, sempre um dia nostálgico. E com os emails de vocês... Passei uma semana super corrida, com viagem a trabalho no meio, e muito trabalho mesmo. Só hoje estou dando conta da "correspondência". E me deparo com essa troca de amor e de saudades, tão grandes. E fico um pouco triste e muito feliz.

Saudade, em mim, só cresce. Passei a vida toda sem lidar com ela de fato: aparecia sempre de forma pontual, rápida. De um tempo pra cá ela foi chegando e foi crescendo e foi ficando. E ficou. E me revira um pouco todo dia. Saudade hoje faz parte de mim. Só que isso deixou de ser ruim!

Não é ruim porque não é mais saudade de algo que deixei de ter. É (em grande parte) saudade de algo que também é parte do que sou eu: minha família, meus amigos, meus amores.

Nunca gostei muito de mudanças. Uma estranheza me acompanhou por muito tempo nos primeiros meses dessa nova etapa: uma espécie de ausência permanente, como se a minha vida (em Fortaleza) estivesse acontecendo sem mim... O email da Vanessa me fez lembrar um pouco essa sensação. Mas as coisas melhoram, muito, viu, Vanes? Aqui, aí, ou lá. Hoje minha vida acontece aqui: minha casa, meus novos hábitos, os novos e velhos amigos (uns perto, outros longe), os interurbanos, os emails orkuts e msns... Vibro com as notícias boas que vêm de longe, fico triste com as más, acompanho as coisas do jeito que dá. Um email me faz feliz, um telefonema mais ainda, uma visita me faz muito feliz.

A saudade, como eu disse, não passa. Mas não dói. Como diz a Mari, nada será como antes. Com tanto amor, amizade, bem-querer, fé e vibrações positivas, a gente pode esperar com convicção: será melhor!

Beijos com amor e saudades

Caiê"