quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A dor e a delícia

Saudade é um sentimento avesso a qualquer maniqueísmo. A mesma coisa eu digo daquele momento em que a saudade se anuncia com toda a sua força: a despedida. Já passei por algumas. Umas transitórias, outras definitivas; umas descaradamente explícitas e barulhentas, outras silenciosas e gradativas; umas para sempre, outras por agora, algumas dissimuladas - aquelas em que se diz "adeus" quando se pretende um "até logo" breve; ou aquelas em o "até logo" anuncia um reencontro que as cartas não prevêem. Mas em todas elas, mesmo as mais doídas, a gente chora um pouco feliz. Porque quanto mais a separação dói, mais felicidade teve ali. Acho que toda despedida que dói tem por trás alguma coisa que não passa nunca. Uma saudade enraizada de uma parte de nós que está mudando. Independente dos encontros, desencontros e reencontros.

Quero me despedir mil vezes ainda. Ou mil e uma.

3 comentários:

margot disse...

Saudade amor, que saudade
Que me vira pelo avesso
E revira meu avesso
Puseram a faca em meu peito
Mas quem disse que eu te esqueço
Mas quem disse que eu mereço


Aff! Vontade de ter passado nem que fosse 1 dia no meio de vocês...

Anônimo disse...

eu só sei é q eu já tô contando os dias de novo...

Anônimo disse...

a moça chora. o rapaz:
- saudade é bom que passa.
ela:
- só se for pro senhor, a minha só aumenta!

Cinema, aspirinas e urubus. Vejam, minhas marias. No mínimo, vão sentir aquela fisgada no peito com as imagens do sertão.

bjos