Foi numa vida passada (dessas, várias, que a gente vai colecionando). Paraíba, Brasil, 1997. Burburinho de encontro de estudantes, em sotaques variados, figurinos e filosofias de vida idem. Pra todo gosto.
Ana ainda tinha longas e despretensiosas madeixas.
Helena, sobrancelhas despenteadas.
Alessandra ainda tinha gosto por vaquejadas;
Galciani, por batom vermelho e tamancas.
Mas eu, tenho certeza que era assim igualzinha, que nem que hoje...
Era tanta a inocência das moçoilas que uma história se tornou emblemática. Adentra o baiano rasta no alojamento da nossa "delegação". Direto assim:
- Alguém tem seda aí?
Resposta pronta (e até hoje a gente jura que foi sincera e genuína):
- Não. A gente só trouxe jeans e blusa de malha, foi o que disse a das tamancas.
Porque na vida a gente escolhe marcos, esse foi escolhido por unanimidade. João Pessoa, meados de 97: o encontro de cinco figurinhas, três pretas e duas brancas, cabelos castanhos todas, nenhuma de olhos claros, uma impulsiva, outra sensata, aquela determinada, a outra meticulosa, esta repressora (elas dizem).
E aí... As cinco, nós, cortamos o cabelo, deixamos crescer, pintamos de ruivo; fizemos tatuagem, aquele piercing que fechou, escrevemos poesia, aprendemos a desenhar, jogamos os escritos alheios em riachos praianos; engordamos, emagrecemos, abrimos as mentes; viajamos. Amamos, criamos bolhas e achamos agulhas para estourá-las. Amamos de novo e mais e diferente; descobrimos, encobrimos, entendemos e desentendemos; saímos e voltamos da Fortaleza, saímos de novo ou ficamos.
E uma aqui, outra ali, e as outras lá, foi o jeito criar uma lista. De discussão. Sobre tudo, mesmo. Emails e mais emails de uma pras quatro, que foram atiçando nosso gosto por contar história. Aí veio a Nêga: bora abrir a porta disso, meu povo (teve essa idéia lá no meio das paredes amarelas, onde ela agora é professora, ai meu deus!). Bem dito, porque afinal, quando perguntaram pra gente - lá entre as mesmas paredes amarelas, uma década atrás - "porque você fez jornalismo?", a gente não fugiu muito do padrão: "sempre gostei de ler e escrever". Então tá aqui: nosso gosto, de portas abertas.
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11 comentários:
Era igualzinha mesmo...cabelos encaracolados e ocasionalmente revoltos, fã dos ErosDitos, não era a bem dizer um ás na direção e detestava quando não encontrava estacionamento no Dragão do Mar. Deixava a gente no Domínio e ia se embora...rs
ah, e era repressora mesmo! só q a gente só dizia pq era divertido ver a cara de passada de iê.
meninas, ó meu zói chei d'água...
igualzinha: janta pipoca.
conheço a impulsiva de algum lugar?
nomes aos bois - meticulosa, sensata, determinada - me faltam.
pois eu era um poço de decisões. todas racionalmente pesadas. o problema era a amnésia alcóolica. rs
só pra registrar, os primeiros encontros individuais também são inesquecíveis. eu e ana, por exemplo, nos conhecemos no primeiro dia de aula, adorávamos trocar bilhetinhos estrambólicos com Lemuel e tomamos o primeiro porre juntas num Culto a Baco, lá na Arquitetura, ouvindo Balão Mágico. e tu, nêga? lembra do nosso primeiro encontro? rs
impulsiva...? foi parar em poa por amor.
meticulosa...? já viram uma casa mais arrumada? e os bilhetinhos e embalagens nos presentes de aniversário?
determinada...? pra puxar o doidinho pela cintura e arrastar meio domínio público, tem que ser, né?
sensata...? bom, quando não tava bêba... ai... porque foi mesmo que eu disse sensata? ;-)
ah, acabei de jantar: pipoca
ps. - vcs tem que cadastrar seus próprios emails, pra que não fique todo mundo como "p.r.o.s.p.e.r.a.s"...
helen, eu num sei. mas lembro do impacto que foi te ver de top, o puro peitos, barriga no mundo, sem a camisa da janis joplin. domínio público, festa das bruxas.
não, nêga...no primeiro dia de aula da minha turma. a gente até pegou o mesmo Circular. tu foi beber água e nunca mais voltou...
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