quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Embora haja tanto desencontro pela vida.

Foi numa vida passada (dessas, várias, que a gente vai colecionando). Paraíba, Brasil, 1997. Burburinho de encontro de estudantes, em sotaques variados, figurinos e filosofias de vida idem. Pra todo gosto.

Ana ainda tinha longas e despretensiosas madeixas.
Helena, sobrancelhas despenteadas.
Alessandra ainda tinha gosto por vaquejadas;
Galciani, por batom vermelho e tamancas.
Mas eu, tenho certeza que era assim igualzinha, que nem que hoje...

Era tanta a inocência das moçoilas que uma história se tornou emblemática. Adentra o baiano rasta no alojamento da nossa "delegação". Direto assim:
- Alguém tem seda aí?
Resposta pronta (e até hoje a gente jura que foi sincera e genuína):
- Não. A gente só trouxe jeans e blusa de malha, foi o que disse a das tamancas.

Porque na vida a gente escolhe marcos, esse foi escolhido por unanimidade. João Pessoa, meados de 97: o encontro de cinco figurinhas, três pretas e duas brancas, cabelos castanhos todas, nenhuma de olhos claros, uma impulsiva, outra sensata, aquela determinada, a outra meticulosa, esta repressora (elas dizem).

E aí... As cinco, nós, cortamos o cabelo, deixamos crescer, pintamos de ruivo; fizemos tatuagem, aquele piercing que fechou, escrevemos poesia, aprendemos a desenhar, jogamos os escritos alheios em riachos praianos; engordamos, emagrecemos, abrimos as mentes; viajamos. Amamos, criamos bolhas e achamos agulhas para estourá-las. Amamos de novo e mais e diferente; descobrimos, encobrimos, entendemos e desentendemos; saímos e voltamos da Fortaleza, saímos de novo ou ficamos.

E uma aqui, outra ali, e as outras lá, foi o jeito criar uma lista. De discussão. Sobre tudo, mesmo. Emails e mais emails de uma pras quatro, que foram atiçando nosso gosto por contar história. Aí veio a Nêga: bora abrir a porta disso, meu povo (teve essa idéia lá no meio das paredes amarelas, onde ela agora é professora, ai meu deus!). Bem dito, porque afinal, quando perguntaram pra gente - lá entre as mesmas paredes amarelas, uma década atrás - "porque você fez jornalismo?", a gente não fugiu muito do padrão: "sempre gostei de ler e escrever". Então tá aqui: nosso gosto, de portas abertas.

11 comentários:

Helena disse...

Era igualzinha mesmo...cabelos encaracolados e ocasionalmente revoltos, fã dos ErosDitos, não era a bem dizer um ás na direção e detestava quando não encontrava estacionamento no Dragão do Mar. Deixava a gente no Domínio e ia se embora...rs

Helena disse...

ah, e era repressora mesmo! só q a gente só dizia pq era divertido ver a cara de passada de iê.

Anônimo disse...

meninas, ó meu zói chei d'água...

Anônimo disse...

igualzinha: janta pipoca.

Anônimo disse...

conheço a impulsiva de algum lugar?
nomes aos bois - meticulosa, sensata, determinada - me faltam.

Anônimo disse...

pois eu era um poço de decisões. todas racionalmente pesadas. o problema era a amnésia alcóolica. rs

Anônimo disse...

só pra registrar, os primeiros encontros individuais também são inesquecíveis. eu e ana, por exemplo, nos conhecemos no primeiro dia de aula, adorávamos trocar bilhetinhos estrambólicos com Lemuel e tomamos o primeiro porre juntas num Culto a Baco, lá na Arquitetura, ouvindo Balão Mágico. e tu, nêga? lembra do nosso primeiro encontro? rs

Caiê disse...

impulsiva...? foi parar em poa por amor.
meticulosa...? já viram uma casa mais arrumada? e os bilhetinhos e embalagens nos presentes de aniversário?
determinada...? pra puxar o doidinho pela cintura e arrastar meio domínio público, tem que ser, né?
sensata...? bom, quando não tava bêba... ai... porque foi mesmo que eu disse sensata? ;-)

ah, acabei de jantar: pipoca

Caiê disse...

ps. - vcs tem que cadastrar seus próprios emails, pra que não fique todo mundo como "p.r.o.s.p.e.r.a.s"...

Anônimo disse...

helen, eu num sei. mas lembro do impacto que foi te ver de top, o puro peitos, barriga no mundo, sem a camisa da janis joplin. domínio público, festa das bruxas.

Anônimo disse...

não, nêga...no primeiro dia de aula da minha turma. a gente até pegou o mesmo Circular. tu foi beber água e nunca mais voltou...